quarta-feira, 26 de setembro de 2018

(Des)sintonia

Certa manhã acordo, coração acelerado. 
Aquele sonho me remete a tantas lembranças, tantas coisas que tive que deixar pra trás, planos dissipados.
Faço meu café amargo, lembro-me de quando tu fazia ele muito forte pra me agradar. Meu pensamento vaga enquanto assopro o café quente. Meu coração está inquieto.
Carrego meu dia nas costas, me concentrando em meus afazeres, enquanto procuro as chaves, remete-me a quanto isso era reincidente ao seu lado.
Logo mais, começo a cozinhar algo sem vontade, cortando legumes irregularmente e tendo um certo desleixo proposital que me lembra tantas vezes que dividimos este momento.
O silêncio era uma terapia, que antes, me agitava os impulsos de quebrar essa barreira.
Percebo o quanto de mim carrega você e as coisas que deixei tu trazer pra mim sem que percebesse.
Tu se faz presente, num futuro melancólico que relembra um passado que ainda não chegou.

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